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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Projeto Livro de Rua da Academia Guanambiense

Olá pessoal como estão? Espero que bem, eu (Joelma ) e minha equipe ( Cecilia, Elizete e Ellen ) estamos de volta a todo vapor Piuí! Piuí! Piuí  ficamos responsáveis pelas postagens dessa semana e vimos falar pra vocês do projeto Livro de Rua.

Então, ficamos sabendo que em nossa cidade, Guanambi, há um projeto chamado Livro de Rua  e uma das pessoas que está envolvida nesse projetos é a professora Lajucy Donato que é  educadora do CEIN (Colégio Estadual Idalice Nunes ) e ocupa uma das cadeiras da Academia Guanambiense de Letras. 




A professora Lajucy já esteve à frente da secretaria municipal de educação de Guanambi e em muito contribuiu com aquele setor e as pessoas a ele envolvidas. Ela, também, já atuou no NTE 12, órgão da secretaria estadual de educação da Bahia na função de multiplicadora para a capacitação tecnológica de professores e desde que em nossa escola chegou, no inicio deste ano, tem estado envolvida com todas as causas para contribuir com a educação do CEIN. Para nooooossa alegria!

Como nós do LLM estamos sempre em busca de atividades que envolvam o letramento das pessoas, fizemos uma entrevista com a professora para divulgarmos essa importante ação aqui no nosso querido blog.



Depois de nos apresentarmos, falarmos porque o projeto chamou nossa atenção e dizermos o quanto nos sentimos honrados por a termos no quadro de professores da nossa escola, assim começamos a entrevista: 

LLM:  Professora, fale-nos  um pouco de como começou a sua história com a literatura ?

Lajucy: A história de cada um com as letras depende muito do prazer que você tem. A literatura é, antes de tudo, uma coisa prazerosa para quem realmente se identifica com ela. Então o ato de ler tem que surgir de um prazer  e eu sempre gostei de ler, eu fui incentivada pela minha mãe. Ela herdou o gosto pela leitura do meu avô, que não frequentou a escola, mas era de um conhecimento imenso pelas literaturas. Eu gosto de ler, infelizmente não fiz letras, mas é um curso que faria hoje só por prazer, não mais pela profissão e sim por mais conhecimento na área da literatura.

LLM:  Como se deu o seu envolvimento com a Academia Guanambiense de Letras?

Lajucy: A Academia Guanambiense  de Letras, já existe há uns 18 anos, mais ou menos, é uma instituição reconhecida, sem fins lucrativo, que tem cunho linguístico, com objetivo de promover as letras e as produções literárias. Para a gente entrar na academia o requisito básico é  ser um escritor, as vezes não só de livros. Lá dentro nós temos pessoas que são: poetas, historiadores, romancistas e para ingressar na academia você passa por uma avaliação feita entre os próprios acadêmicos. 

Fui convidada a entrar, fui avaliada, aprovada e hoje estou lá tentando colaborar. Eu sou mais cronista, tenho só um livro, estou em débito com três livros em andamento precisando serem publicados, mas as atividades do dia a dia me impedem de fazer isso. Enfim, tem que ser escritor, gostar de letras e conhecer um pouco de letras pra entrar na academia. 

Nós temos vinte cadeiras, cada academia tem determinado numero de cadeiras, e eu ocupo, com muita honra, a cadeira de Anísio Teixeira. Cada cadeira lá leva o nome de alguém que contribuiui, de alguma forma, com a nossa sociedade. Fazer parte da Academia é uma questão de grande honra  a partir do momento que a gente entra lá, só sai por uma questão de morte mesmo ou então se você quiser pedir um afastamento, ou seja, é ser acadêmico para o resto da vida.

LLM: Como surgiu  a ideia do Projeto Livro de Rua e quem são as pessoas que estão à frente dele junto com a senhora?

 Eu gosto muito de ler. E, como no momento estou como presidente da Academia, eu me sinto incomodada com o fato de hoje as mídias audiovisuais estarem tomando o lugar do livro. Os celulares, por exemplo, estão limitando muito as pessoas intelectualmente, o livro físico tem a capacidade de despertar a imaginação e fazer fluir as sensações. Com as mídias está tudo pronto, as pessoas não se dispõem mais a imaginar. Nós escritores, acadêmicos e sociedade como um todo, temos a obrigação de preservar, manter e conservar esse instrumento tão importante que é o livro. 

Nossa grande meta, minha e de todos os outros acadêmicos,  com o Projeto é fazer com que os livros sem leitores encontrem os leitores sem livros, pois muitas pessoas compram livros leem e depois eles ficam esquecidos. Então,  com o Projeto esses livros poderiam ir ao encontro de pessoas que querem ler, mas não podem comprá-los.

Claro! Há  aqueles livros com os quais nos apegamos  afetivamente. Eu tenho, por exemplo, meu livro de quando eu tinha 14 anos de idade que é O Pequeno Príncipe, eu não dou pra ninguém. Mas tenho livro que comprei a semana passada e já lí. Então, vou passar pra frente. Nós pensamos em, justamente, tirar esses livros de prateleiras, fazendo essa campanha de doação, pedindo livros as pessoas. Não vou negar, tudo é muito difícil quando você pede, mas a gente já está com um número bem grande de livros.

LLM: Por que vocês idealizaram o projeto e quais são suas expectativas em relação aos colaboradores, ou seja, em relação as doações?

Lajucy:  O Brasil e um país, historicamente, de baixo índice de leitura , Guanambi não foge a essa realidade. Então, resolvemos fazer com que os livros se movimentassem. Assim como temos um grande número de pessoas  que não leem, tem muita gente que lê, que tem livros em casa.

Essa é a primeira edição do Projeto, nosso propósito é fazê-lo acontecer todo ano, no mês do livro, ou seja,  outubro e a cada nova edição nosso desejo é que ele se  amplie. Quanto às doações? Acredito que elas irão corresponder as nossas expectativas, mesmo porque vamos ter o recolhimento de livros ainda por duas semanas, para depois fazermos a exposição. 

Como já disse, mesmo com esses índices negativos em relação ao hábito da leitura, há muitas pessoas que sabem o quão benéfica ela é e têm sido muito receptivas, tanto no doar, como no divulgar o nosso Projeto e assim ele vai ganhando força

LLM: Como vocês imaginam que a população vai reagir ao projeto e de que forma ele estará contribuindo para melhorar a vida dos cidadãos guanambienses?

Lajucy: A reação das pessoas diante do Projeto, quando ele estiver em andamento, é algo muito esperado por nós. Desejamos que seja de receptividade, entrega e reconhecimento do valor que os livros agregam a nós que os lemos.  Sendo  o Brasil um país com um índice de leitura extremamente baixo, estamos abaixo de países bem menos desenvolvido como o Chile, Uruguai, e outros. Nós não temos  cultura da leitura, e a Academia Guanambiense de Letras entende que o livro é o vetor de comunicação que tanto ajuda na formação pessoal, como no desenvolvimento da sociedade. Temos esse projeto, para que a partir desses novos leitores sujem outros escritores, que incentivem novos leitores. Para mudar esse quadro de hoje.

LLM:  Além da população, há instituições que se disponibilizam a colaborar com O Projeto Livro de Rua? Como tem sido a receptividade dos colaboradores em relação ao mesmo?

Lajucy: Sim. Aquela caixa que vocês viram aqui é uma das  caixas de coletas, nós temos três daquela. Elas estão circulando nas instituições, principalmente de ensino, passou pelo Idalice, João Durval, Luiz Viana, Pequeno Príncipe, FG, UNEB. Toda segunda deixavamos em uma escola e a recolhemos na sexta feira. A retirada da caixa não encerra a campanha de recolhimento dos livros, na verdade ela é apresentada para falar do Projeto, mas as pessoas podem trazer os livros e me entregar que eu os direciono ao destino provisório, hoje eu recebi dois livros daqui. 


Deixamos uma caixa na casa do escritor que fica na Praça do Bradesco essa é permanente ela vai ficar lá por tempo indeterminado, então como ela está exposta, quem quiser pode passar e deixar o livro lá que ele, com certeza, será direcionado para onde os demais se encontram. Acreditamos muito no sucesso desse Projeto.

LLM:   Onde os livros doados vão ficar e como será o esquema de empréstimo e devolução desses livros?

Lajucy: Então, nossa intenção com esse projeto é democratizar o aceso à leitura nos vários espaços sociais. Nós vamos disponibilizar em praças publicas, vamos colocar dois ou três stands, a princípio na Praça do Bradesco, com estantes de livros, a pessoa chega escolhe um livro leva pra casa, lê e devolve. A nossa intenção é de que cada um devolva o livro. Algumas pessoas perguntam: "E se não for devolvido?". Se não for devolvido  é porque alguém gostou muito ou passou para outra pessoa, o importante é que esses livros circulem e que as histórias contribuam com o maior número de pessoas possível.

LLM: Professora, sintetize para a gente quais são as fases do projeto, então:

Lajucy: O primeiro momento é esse da divulgação do projeto e arrecadação dos livros. Depois será o momento do lançamento do Projeto Livro de Rua onde montaremos os stands na Praça  do Bradesco com cartazes explicando do que se trata o Projeto que ficará à disposição da comunidade. Estamos muito otimistas de que a comunidade  saiba preservar esses livros e contribuir com o objetivo dos livros de rua. A culminância do Projeto se dará com uma noite de apresentações no Centro de Cultura de Guanambi, com data a ser divulgada, onde teremos um sarau com musicas, apresentação de poemas, falas de alguns acadêmicos e a peça teatral "A menina que não gostava ler" da Companhia Iana Rocha. Aproveito dessa oportunidade para convidar o LLM e todos os seus amigos, bem como a comunidade guanambiense para partilhar desse momento conosco.


LLM: Professora, o LLM agradece pela entrevista e os riquíssimos esclarecimentos e queremos parabenizar a senhora e aos demais envolvidos pela ilustre iniciativa, pois somos adeptos da ideia de que a leitura de fato muda a vida das pessoas!

Lajucy: Eu que agradeço pelo interesse em nosso Projeto e pela divulgação do mesmo. Contamos com todos vocês, leitores do LLM para estarem conosco em cada etapa do projeto Livro de Rua. Abraço!



Tchau pessoal até o próximo embarque! Por falar em embarque: Vamos embarcar junto com a Academia Guanambiense de Letras no Projeto Livro de Rua! ;)

Um comentário:

  1. Projeto muito interessante, pois estimula as crianças e aos jovens a lerem diversos livros de diferentes temas, espero que ele renda os melhores resultados para a população guanambiense....

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